Tudo começou em 1982 ou 1983, não lembro exatamente, mas foi um ponto de virada na minha vida. Foi quando ouvi o primeiro som de guitarra que realmente me despertou e mexeu profundamente comigo. Era um disco do Michael Jackson, a música "Beat It" do álbum "Thriller". Naquela música, havia um solo de guitarra que, na época, eu não sabia quem tinha feito. Eu era uma criança, e meu cunhado me disse: "Olha, esse é um disco do Michael Jackson, um cantor pop muito conhecido. Deve ser um músico muito bom que gravou com ele".
Não tive curiosidade de pesquisar no encarte do disco nem nada disso. Eu só sabia que aquele som maravilhoso mexia muito comigo. Mais tarde, entendi que era o som de uma guitarra com distorção, saturação, drive, e queria saber como aquilo acontecia. Alguns anos depois, comecei a fazer aulas de violão com a clara intenção de tocar guitarra e reproduzir aquele som do Michael Jackson. Foi quando descobri que o cara que gravou a música era Eddie Van Halen. Comecei a pesquisar mais sobre a vida dele já em meados dos anos 80.
Por volta de 1985-1986, descobri o álbum "1984" do Van Halen, com as músicas "Jump" e "Panama". Aquilo também impactou profundamente minha vida musical. Não conhecia os discos anteriores, mas aquilo me mostrou o que eu queria para minha vida. A partir daquele momento, decidi que a guitarra faria parte da minha vida. Comecei a tocar em bandas de rock e, mais tarde, fiz um curso avançado de guitarra. Toquei em bandas de baile e como guitarrista contratado de cantores, incluindo música religiosa. Também comecei a trabalhar com gravações, produções de CDs e DVDs. A música sempre foi presente na minha vida.
Um ponto de virada ocorreu em 1989, quando fui tocar em uma cidade vizinha. Na volta, o motorista do carro passou rápido por uma lombada, e minha guitarra, que estava no porta-malas, quebrou. Quando cheguei em casa e vi o braço solto da guitarra, comecei a chorar, fiquei nervoso e até tive febre por três dias. Meu pai tinha uma marcenaria, e meu cunhado levou a guitarra lá para colarmos o braço, mas a colagem não ficou boa. Levei a guitarra para São Paulo, onde descobri a profissão de luthier com o Tiguez (meu primeiro mentor, muito obrigado!).
No final dos anos 80 e início dos anos 90, comecei a comprar ferramentas e a fazer regulagens para amigos sem cobrar, para ganhar confiança e experiência. Em 1992, fiz meu primeiro serviço de regulagem remunerado e abri uma luthieria para setups, atuando como guitar tech. Aprendi cada vez mais sobre a parte elétrica e estrutural dos instrumentos. As pessoas elogiavam meu trabalho, e comecei a prestar serviços para lojas de instrumentos musicais enquanto tocava em uma banda de baile.
Em 1998, decidi montar minha primeira guitarra comprando as peças e fazendo a montagem. Fiquei satisfeito com o resultado. No ano 2000, me dediquei mais ao estúdio de gravação, mas continuei fazendo serviços básicos de guitar tech. Quando precisava de algo mais complexo, contratava um luthier de São Paulo.
Em 2005, um cliente pediu para trocar a ponte de uma guitarra, e o instrumento acabou rachando. Tive que encomendar um corpo novo, mas o luthier que me ajudava, Roberto Santana (muito obrigado, meu amigo!) me incentivou a fazer o serviço sozinho. Consegui concluir o trabalho e, em seguida, fiz meu primeiro braço de guitarra. Continuei aprimorando minhas habilidades até que, em 2007, construí minha primeira guitarra completa.
Assim, nasceu a Carrozza Guitars. Desde então, produzimos mais de 2.500 instrumentos, com um índice de 99% de satisfação dos clientes. Em 2009, implementamos um sistema robótico de usinagem com máquinas CNC, o que me levou a aprender a desenhar guitarras no computador. Após muita dedicação, adquirimos um grande know-how na construção de guitarras. Hoje, a Carrozza é referência em guitarras customizadas e autorais. Estamos prontos para atender a qualquer projeto, por mais ousado que seja. Venha nos conhecer e realizar o seu projeto conosco!
Alexandre Carrozza
Master Builder
